História da Aromaterapia - Renata Pudo

Os cheiros sempre fascinaram a humanidade desde a aurora da civilização. Inicialmente, serviam como alívio diante das imensas incertezas de sobrevivência do homem num ambiente hostil. Atualmente, continua servindo como valioso apoio, mas agora na relação com os sub-produtos das “facilidades” criadas para “amenizar” a vida moderna.
DefumaçãoAs civilizações Indu, Árabe, Chinesa e do Mediterrâneo são as que possuem destacada atuação no desenvolvimento da aromaterapia.
Na Índia, as águas perfumadas, os métodos de tratamentos ayurvédicos à base de plantas naturais, os perfumes, todos foram largamente empregados há mais de 5000 anos na medicina Védica. A canela, o cardamomo, o manjericão, o gengibre, o coentro, a mirra e muitas outras plantas estão presentes nas formulações de numerosas receitas terapêuticas, como banhos, massagens etc. Recentemente, na Índia, foram encontradas destilarias rudimentares, datadas de 3000 a.c. .
Há 3500 anos, na China, extraíam-se os óleos essenciais das plantas por maceração em óleos vegetais, para serem utilizados em massagens.
No Egito Antigo as plantas aromáticas eram utilizadas em rituais espirituais. Destilarias rudimentares eram usadas para se obter as preciosas gotas aromáticas, muitas comercializadas ao mesmo preço do ouro ou pedras preciosas. Foram amplamente utilizadas em vinhos aromáticos, como anestésicos e no processo de embalsamento.
A técnica de embalsamento, que usava cedro, manjericão, mirra, canela, cipreste, olíbano, cravo, gengibre, consagrou os egípcios. Depois da retirada dos órgãos internos do corpo, introduziam-se perfumes, resinas e preparados fragrantes nas cavidades torácicas e abdominais. O poder antiséptico dos óleos essenciais é tão grande, que os tecidos ainda se apresentavam em bom estado milhares de anos depois de haverem sido embalsamados.
Múmia
No séc. XVII colocavam-se à venda na Europa múmias que os médicos destilavam e usavam como ingredientes de um composto para combater a peste negra.
Os egípcios também reconheciam a importância da saúde, beleza e higiene, e conheciam como ninguém os efeitos das substâncias aromáticas (perfumes e ungüentos) no corpo e na mente humana, tendo como uma de suas principais representantes, sua rainha Cleópatra, que imortalizou-se através da beleza, com as receitas aromáticas para os cuidados do corpo.
Gregos e Romamos também utilizaram os aromas para perfumarem vestes, templos, vinhos, suas casas e seu mobiliário. Eles acreditavam que o perfume das plantas era formulado pelos deuses do Olimpo.
Os Árabes, especialistas nas formas de extração das substâncias aromáticas, redescobriram a arte da destilação egípcia e elaboraram um processo de destilação mais preciso. Foram um dos primeiros a usar os óleos essenciais da maneira como são utilizados hoje. O árabe Avicena foi o inventor do destilador a vapor tal qual utilizamos atualmente.
Na Europa, o advento do Cristianismo e a queda do Império Romano marcaram o início de um longo período de barbárie e um declínio geral de todas as formas de conhecimento. O renascimento cultural e intelectual ressurge e floresce novamente graças às cruzadas e a troca de informação aos povos árabe.
No Ocidente, o termo “óleo essencial” foi dado pelos alquimistas do séc. XVI que buscavam a “pedra filosofal” ou o “segredo da vida”. Os antigos filósofos acreditavam que havia um quinto elemento que formava os corpos celestes e penetrava em todas as coisas. Com a expansão dessa arte misteriosa, a Alquimia, as quintessências tornaram-se a base da maioria dos remédios e durante séculos os óleos essenciais e as quintessências foram o único meio de combater as doenças epidêmicas.
No final do séc. XVI mais de cem óleos essenciais estavam sendo utilizados para tratar distúrbios físicos e psíquicos, à partir do conhecimento herdado. Sob o reinado de Luís XIV, os óleos essenciais eram empregados para se perfumar e mascarar o mau odor. Ainda nesta época, iniciou-se a fabricação de águas florais. No ano de 1600 a água de melissa era amplamente comercializada na Europa.
Destilaria Renascentista
Atualmente a França ocupa um lugar de destaque na história moderna da aromaterapia.
Na região de Grasse, sul da França, floresceu uma forte tradição de perfumaria, onde os óleos essenciais serviam como principal matéria prima. Esta cidade é até hoje conhecida como a “capital mundial do perfume”.
A capacidade que os óleos essenciais possuem de neutralizar os microorganismos é indiscutível nos dias atuais. Foram os pesquisadores franceses Cadéac e Meunier, que em 1888 realizaram os primeiros experimentos científicos in vitro neste domínio. Publicaram os resultados positivos de seus experimentos nos Annales de l´Isntitut Pasteur. Até o início do século XX, todos os perfumes e muitos remédios eram feitos a base de óleos essenciais. Mais tarde, com o surgimento da indústria química, os perfumes sintetizados quimicamente - conhecidos comercialmente como essências - começaram a substituir os produtos naturais, especialmente por serem muito mais baratos do que seus similares naturais. O advento da ciência moderna no séc. XIX marcou o declínio de todas as formas de terapia vegetal. Quando os primeiros alcalóides foram descobertos, os cientistas acharam melhor guardar apenas os princípios ativos mais importantes das plantas para reproduzi-los em laboratório.
O ressurgimento do interesse em óleos aromáticos começou nos anos 1930 com o químico francês Rene Gatefossé. Ele sofreu uma queimadura química no laboratório de uma perfumaria, lesando gravemente a mão. Logo após o acidente, ele instintiva e imediatamente mergulhou a mão num recipiente contendo óleo essencial de lavanda. Obteve com esse óleo resultados surpreendentes em sua recuperação e cicatrização. Gatefossé, em 1937, publicou a obra Aromatherapie, na qual descreve os resultados de suas pesquisas e descobertas em relação a estrutura e atividade dos compostos químicos aromáticos. Codificando desta forma as propriedades terapêuticas dos aromas naturais: antioxidantes, relaxantes, estimulantes, calmantes, tonificantes, etc.
Destilaria em campo - Início Séc. XX
Em seguida, a austríaca Marguerite Maury destaca-se como representante de uma corrente da aromaterapia orientada para a beleza, cuidados com o corpo, prevenção da saúde e promoção do bem estar psicológico. Este movimento desenvolve-se principalmente na Inglaterra.
Durante a Segunda Guerra Mundial o interesse em Aromaterapia foi mantido na França pelo Dr. Jean Valnet, um médico que usou os óleos essenciais como tratamento interno em soldados feridos, fortalecendo a aromaterapia médica na França.
A partir de 1970, surge uma nova tendência na aromaterapia francesa, chamada de Aromaterapia Científica, representada por Pierre Franchome e Daniel Pénoël, com a colaboração de uma equipe multidisciplinar composta por biólogos, farmacêuticos, médicos, físicos e químicos.
Hoje, muitas pessoas estão desapontadas com os ingredientes sintéticos presentes nos alimentos, remédios, cosméticos e outros produtos industrializados. Especialmente pelos efeitos indesejados causados pela sobrecarga que estas substâncias provocam no organismo, uma vez que não são inteiramente assimiladas pelas células, ou por outros efeitos colaterais que possam causar.
Destilador moderno
Estamos testemunhando um renascimento de métodos de cura naturais, seguros e amenos. Estudos realizados, com destaque na França e na Austrália, indicam que os óleos essenciais possuem propriedades terapêuticas definidas. A ciência, com sua metodologia e modernas ferramentas de medição, tem comprovado a eficácia de um conhecimento ancestral. Através da Aromaterapia, podemos usar estas substâncias com precisão e eficiência, beneficiando-nos do poder contido no Reino Vegetal sob a forma de óleos essenciais.

Fonte: http://www.terra-flor.com/aromaterapia/historia_da_aromaterapia

2 comentários:

Unknown disse...

maravilha.. os essenciais não são a medicina do futuro, mas o futuro da medicina.. to me curando de um enfisema pulmonar com a grande ajuda do eucalipto globus...lavanda francesa, limão siciliano ecopaiba...show de vida esses óleos essenciais... sou produtor de óleo de gergelim a mais de 30 anos..

Unknown disse...

maravilha.. os essenciais não são a medicina do futuro, mas o futuro da medicina.. to me curando de um enfisema pulmonar com a grande ajuda do eucalipto globus...lavanda francesa, limão siciliano ecopaiba...show de vida esses óleos essenciais... sou produtor de óleo de gergelim a mais de 30 anos..

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