A técnica de Carboxiterapia, apesar de ser um método novo, nasceu na França na década de 30, mas especificamente em 1932, na Estação Térmica de Royat, onde era utilizada em pacientes com arteriopatia periférica. Possui publicações a partir dos anos 50. Em 1953, foi utilizada inicialmente na cardiologia, mas foi difundida pela Itália onde há 13 anos é utilizada em Medicina Estética. Suas maiores publicações estão entre 1985 e 2002. O novo método consiste em pequenas doses de CO2 (gás carbônico medicinal) que são administradas por um Dispositivo de Controle de Fluxo (ICD – Infusion Control Device). O anido-carbônico é um gás atóxico, não embólico e presente normalmente como parte do metabolismo celular das trocas gasosas. O CO2 puro medicinal é o mesmo utilizado em cirurgias de videolaparoscopia, histeroscopia e como contraste em arteriografias. O tratamento consiste em aplicação subcutânea por meio de injeção hipodérmica nas regiões afetadas. Ainda existe na literatura aplicações pela vias transcutâneas, nas formas de banhos secos e água carbonada, esses tendo maior aplicação em balnearioterapia.
A
ação farmacológica do anidro-carbônico é bem estabelecida em envolve
vasodilatação local com consequente aumento do fluxo vascular e aumento
da pressão parcial de oxigênio (pO2) resultante da potencialização do
efeito Bohr, ou seja, há redução da afinidade da hemoglobina pelo
oxigênio, resultando em maior quantidade deste disponível para o tecido.
Por meio de exames como videocapilaroscopia e Laser Doppler, foi
evidenciada a vasodilatação, aumento do fluxo sanguíneo e aumento da
pressão parcial de oxigênio. Também evidenciou ser um método inócuo, por
meio de estudos histopatológicos de biópsias de tecidos de pacientes
tratados, pois não houve alterações do tecido conectivo (tanto de
estruturas vasculares como nervosas) com o tratamento. Lembramos que o
gás carbônico é um metabólico normal em nosso organismo e em situações
de repouso nosso corpo produz cerca de 200 ml/min do mesmo, aumentando a
produção do mesmo em até 10 vezes frente ao esforço físico. Ou seja, os
volumes desse gás injetados são inferiores a estes valores, outro
motivo pelo qual a carboxiterapia é um método seguro com o mínimo de
efeitos colaterais que podem ser observados durante o tratamento e as
aplicações, como dor durante o tratamento, pequenos hematomas devido à
punção da agulha e sensação de crepitação no local devido ao pequeno
enfisema subcutâneo que se forma no local. Também não causa alergias. O
gás permanece agindo no organismo por até 40 horas.
O
tratamento estético é utilizado nas regiões afetadas pela celulite,
gordura localizada, flacidez de pele e estrias. Em outras áreas médicas,
é utilizada para patologias como arteriopatias, flebopatias, úlceras
vasculares e psoríase. Tornou-se terapêutica frequente na Europa,
principalmente na Itália e na França, onde é reconhecida para uso da
Saúde Pública. Na Europa seu uso é aprovado para o tratamento de
patologias do sistema circulatório, incluindo arteriopatias obstrutivas
periféricas, úlceras diabéticas e vasculares e na lipodistrofia ginoide.
Para a aplicação utiliza-se agulha de insulina, com
a aplicação de pequenas quantidades de dióxido de carbono (alto grau de
pureza – 99,9%), entre 300 e 400 ml por sessão (algumas literaturas
defendem quantidades de até 1 litro por sessão). Em geral, utilizam-se
sessões bi-semanais, num total de 12 a 20, sendo permitido um novo ciclo
depois de 6 a 10 meses.
As indicações e regiões do corpo para aplicação de carboxiterapia:
-
Gordura Localizada;
-
Flacidez de Pele;
-
Ondulações Pós-Lipoaspiração e HLPA (hidrolipoaspiração);
-
Estrias;
-
Calvíce (em fase de testes – com bons resultados);
-
Celulite (hidrolipodistrofia ginóide);
-
Linhas de expressão e aumentos dos sulcos faciais, nas bolsas abaixo dos olhos;
-
Disfunções Circulatórias, com bons resultados em microvasos;
-
Artrites Reumatóide e Autoimune;
-
Psoríase.
No tratamento da Celulite e Gordura
Localizada,a infusão de gás no local tem como efeito provocar uma
distensão que permite promover a ruptura de algumas células de gordura,
desencadeando reações químicas de lipólise – processo que “rompe” as
células gordurosas – além de promover aumento da circulação de sangue na
região, oferecendo mais nutrientes aos tecidos tratados e “otimizando” a
drenagem linfática da região afetada; isto significa a eliminação mais
rápida da gordura que foi mobilizada de dentro das células gordurosas.
Já no
tratamento de flacidez de pele, que é mais comum em abdômen, face
interna de coxas, braços, pescoço, colo e região da papada, a técnica da
carboxiterapiapromove aumento do fluxo de sangue para a região, além de
estimular a produção de colágeno e fibras elásticas, responsáveis pela
firmeza da pele. Por esse mesmo princípio, a técnica tem ótimos
resultados em tratamentos de rejuvenescimento facial.
Mais recentemente, estudos estão sendo realizados – na Itália e no Brasil – para o tratamento de estrias, principalmente
as estrias largas, onde nota-se melhora da textura da pele e da
coloração, também pelo princípio da renovação das fibras colágenas e de
elastina.
Entre as poucas contraindicações do método, estão:
-
Epilepsia;
-
Tecidos com sinais de necrose;
-
Hipertensão arterial descompensada;
-
Insuficiência hepática e renal;
-
Insuficiência cárdio-respiratória;
-
Insuficiência arterial grave;
-
Gestação;
-
Trombose, tromboflebite e embolia.
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